segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Viver São Paulo!


"Conquiste esta cidade cinzenta!" Foi o conselho do K, do blog G Clichê! Quase um ano se passou desde que cheguei nessa cidade linda, que eu aprendi a gostar. É caótica, sim. Louca, totalmente louca. Mas eu adoro.
Em 2011, como já falei antes, os planos são muitos. Mas não posso em hipótese alguma deixar de lado a Selva de Pedras. É mais do que a hora de começar a sair mais, de viver a cidade em que estou morando. De ter mais histórias para contar por aqui! De conhecer mais gente, me relacionar, criar laços.
Quero mudanças, muitas mudanças em 2011. Grandes, substanciais, importantes.
O ideal é ter metas definidas.
Sorriso no rosto, força de vontade, e a certeza de que existem pessoas prontas a nos apoiar em qualquer circunstância.
Primeiro dia útil chuvoso do ano, tédio total, vontade de prolongar os dias que fiquei em casa. Mas...o dever nos chama.
Olhando a chuva, a cidade, o trânsito, as pessoas, me peguei pensando na rotina, na chatice de todos os dias repetir as mesmas coisas. Mas, é aí que entra a poesia, nos tirando do marasmo e dando novas cores a vida. A fantástica Elisa Lucinda escreveu em 1997 este poema lindo, que espero ler várias e várias vezes até decorar (gravar no coração).
Deliciem-se! Forte abraço, meus queridos!

Termos da nova dramática (Parem de falar mal da rotina)

Parem de falar mal da rotina
parem com essa sina anunciada
de que tudo vai mal porque se repete.
Mentira. Bi-mentira:
não vai mal porque repete.
Parece, mas não repete
não pode repetir
É impossível!
O ser é outro
o dia é outro
a hora é outra
e ninguém é tão exato.
Nem filme.
Pensando firme
nunca ouvi ninguém falar mal de determinadas rotinas:
chuva dia azul crepúsculo primavera lua cheia céu estrelado barulho do mar
O que que há?
Parem de falar mal da rotina
beijo na boca
mão nos peitinhos
água na sede
flor no jardim
colo de mãe
namoro
vaidades de banho e batom
vaidades de terno e gravata
vaidades de jeans e camiseta
pecados paixões punhetas
livros cinemas gavetas
são nossos óbvios de estimação
e ninguém pra eles fala não
abraço pau buceta inverno
carinho sal caneta e quero
são nossas repetições sublimes
e não oprime o que é belo
e não oprime o que aquela hora chama de bom
na nossa peça
na trama
na nossa ordem dramática
nosso tempo então é quando
nossa circunstância é nossa conjugação
Então vamos à lição:
gente-sujeito
vida-predicado
eis a minha oração.
Subordinadas aditivas ou adversativas
aproximem-se!
é verão
é tesão!

O enredo
a gente sempre todo dia tece
o destino aí acontece:
o bem e o mal
tudo depende de mim
sujeito determinado da oração principal.

29 de outubro de 1997

6 comentários:

  1. Adoro Elisa Lucinda, ela é uma das poetisas mais geniais dos últimos tempos, com um trabalho pouco reconhecido, mas genial.

    Beijo, belo.

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  2. Um soco no estômago...rs
    Tomô papudo???rsss
    Abraços e linda semanaaaaaa.

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  3. Realmente Sampa é de mais, deslumbrante....
    Abçs

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  4. Hey hey, rs!
    Olha, Sampa me desgasta, sem ao menos conhecer..sou mais o Rio que apesar do inferno dos tráficantes, a parte boa, linda e maravilhosa tem mais a ver comigo.

    Um beijo e Feliz 2011 amigo.

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  5. O importante é t sempre uma meta a ser seguida e quando vc chegar nela crie outra mais adiante.
    Os dias monótonos existem sim e discordo da parte "Parece, mas não repete não pode repetir É impossível!",mas se repetem sim e o foda é justamente isso o dia ser outro, o momento ser outro e as coisas acontecerem exatamente do mesmo jeito!!
    abraçooo e feliz 2011!

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  6. fiquei todo orgulhoso agora
    virei citação! rsrs

    adoro esse poema da elisa lucinda e, apesar de dizerem que ela é intragável, quando falei com ela (por trabalho), não achei nada chata!

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