segunda-feira, 7 de julho de 2008

Porque não eu?


“Quem está com você?”. Essa pergunta ansiava na verdade por uma resposta que não veio.
“Um amigo”. Você sabia, sim, que não era droga de amigo nenhum. Sabia que havia um envolvimento ali e que havia também o desejo de não ferir o coitado que o adorava, que faria tudo para estar no lugar deste “amigo”.
A historia se passou com uma visita surpresa, e a demora de atender a campainha, coisa que você sabe ser anormal. E o nervoso disfarçado, tentando fugir do óbvio. Mas você tinha certeza que estava acontecendo algo, porém foi covarde e fugiu do convite para adentrar o espaço e ver, com seus próprios olhos, quem estava ali, quem era o amigo, e confirmar se realmente não passava de laços de amizade. Não te confirmou as suspeitas se era ou não quem você pensava. Apenas se calou, o que já era uma resposta clara e evidente.
Sua atitude? Ir embora, com raiva, desiludido, sonhando que aquilo fosse realmente coisa da sua cabeça e que ele estivesse realmente com um amigo e nada mais. Afinal, tinha pouco tempo que ele, o cara que você tanto queria pra você e que te relegou ao posto de amigo, de confidente, sabendo que você o amava como homem, acima da amizade, tinha acabado de sair de um relacionamento sério. Essa crença foi o que fez você continuar bem, até hoje.
Uma semana depois. Ponto de ônibus. O dito que você acha que está com ele, está alguns centímentros atrás de você. E você, claro, nem consegue olhar na cara da criaturinha, pequeno, franzino, e sinceramente, sem nada que de cara poderia atraí-lo, por isso você prefere acreditar que nada está acontecendo entre os dois. Mas, junto com a chuva, com o frio, vem a confirmação funesta: aquele que você sempre quis, chega. Com ares de intimidade, com cobranças bobas, típicas de casalzinho recente. E não percebeu (ou fingiu) que você não estava ali, logo um pouco a frente, de costas. Você sabe que ele o viu. Você sentiu. E seu constrangimento foi tal, que buraco se abriu sob seus pés, e com o mundo chuvoso e escuro a sua volta, sua única atitude foi sair daquele lugar, se afastar deles, chovendo ou não, mas ir para longe, ir em busca de consolo, de alguém que pudesse ouvir de você a confirmação bombástica e que compartilhasse da mesma opinião que você: aquele não é homem para ele. Porque não eu? O que ele tem que eu não tenho? Mais inteligente? Mais carinhoso? Mais homem? Mais amante? Mais o que? Bonito, com certeza não é. E o que mais te revolta é que você e o cara que está ocupando o lugar que você sempre quis tem muitas coisas em comum. Isto é o que te revolta. É o que te deixa sem chão, sem compreender quais os critérios dele para estar com esta pessoa.
E agora? O que fazer? Continuar mantendo essa paixão idiota, sem fundamento? Continuar mantendo um fio de esperança de que um dia, talvez quando ele enfim estiver barrigudo e careca (o que não vai demorar), ele perceba que você realmente o desejou, e faria tudo para ser feliz com ele, o procure? Ou renegar este sentimento, matar o desejo, e crer que no mundo existem pessoas melhores que ele, e que poderão te dar valor?

6 comentários:

  1. É...vou deixar um comentario pra mim mesmo pra ver se aparece alguem e deixa algum...rsrsrsrsr

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  2. Cara...
    ja ouviu falar que a rejeição é o maior afrodisíaco?


    bração!

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  3. O negócio é sempre tocar a vida rapaz... uma hora tu vai esquecer... tu vai ver.

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  4. JM, adorei seu blog também, já li o que tem aqui e vou linkar lá no Triângulo. Como você viu lá, minhas histórias de amor também não são exatamente bem sucedidas, hahaha.
    Beijo!

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  5. Não consegui postar no último post, vai neste aqui mesmo.

    Vim retribuir a visita e lendo o seu pultimo post "O tempo não pára", só posso concordar com você: o coração é o melhor conselheiro que agente tem e mas geralmente o que a gente menos ouve. Se as pessoas tivessem mais amor próprio como você teve, as relações seriam bem mais saudáveis, com toda a certeza!

    Abraços!

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  6. marco esta certo!

    coments estão desabilitados!

    mas sou solidario a você, um SMS faz um estrago pior do que um encontro pós SMS.

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