quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Amor ou posse?

A raposa diz ao Pequeno Princípe, na obra de Saint Exupéry: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."
Outra frase super utilizada que vemos por aí é: "Amo a liberdade. Por isso deixo livre tudo o que tenho. Se voltar é porque conquistei, se não, é porque nunca as tive." Ou algo parecido.
Porque estou falando destas frases?
Estive analisando as formas de amar. As várias configurações do amor, que ás vezes assume características possessivas, obssessivas, e outras ivas.
Um amor muito interessante e extremamente necessário é o de nossos pais. Como todos sabem, estou viajando para São Paulo hoje. Preparei minha mãe desde que decidi fazer a viagem, e ela que me conhece perfeitamente bem sabe que se tudo der certo, eu irei passar mais tempo que o esperado na capital paulista. Já com meu pai, fui muito sincero, sem rodeios: vou e pretendo ficar. Ambos conhecem o filho que tem, e não tentaram me persuadir em momento algum a não ir. Me apoiaram e se colocaram a minha disposição para qualquer necessidade.
O mesmo não aconteceu com uma amiga que viaja junto comigo, com os mesmos propósitos. A mãe não a apoiou, ficou sem falar com ela. O pai deu toda força. Tudo bem, ela é lésbica, a mãe não aceita e quer controlar a vida dela a todo custo. Mas se sua filha quer um futuro melhor, independente de sua orientação sexual, e tem condições de encontrar isto em outro lugar, porque não incentivar sua filha para que cresça? Por ela, sua filha acabaria a faculdade e voltaria a morar na cidadezinha do interior, sendo mais uma professora da cidade, e debaixo dos olhos dela. Não somente ela, como os outros filhos também. Amor? Posse?
Conversando com uma tia sobre essa viagem, disse a ela que se preparasse porque os pais criam os filhos para o mundo e não para si mesmo. Ela me respondeu que sabia disso, mas ainda assim queria os filhos perto dela.
Compreendo o amor dos pais, e o medo que estes tem de perder seus filhos para tanta coisa ruim que anda acontecendo neste mundo. Mas quando este amor vira posse, e necessidade de fazer com que seus filhos realizem os desejos que um dia o pai ou a mãe teve, mas não pôde realizar, a situação fica complicada, principalmente para o filho(a) que deixa a sua vida (ou é forçado a isso) para viver a vida que seu pai ou sua mãe gostaria de estar vivendo hoje.
São acontecimentos como estes que fazem com que os filhos saim de casa e demorem muito tempo para voltar, SE voltar.
Torço para que a distância entre mãe e filha acabe fazendo com que esta relação melhore, que a saudade cure algumas feridas causadas pela convivência. Quanto a mim, caso realmente fique, vou sentir tanta saudade de meus pais, minha avó com quem fiz questão de ir almoçar essa semana só pra ficar mais perto dela, afinal, não sei como será os próximos dias...
Mais do que nunca, vou precisar de amigos. Vou construir uma nova família, e espero manter a família que já comecei a fazer virtualmente. Será uma viga de sustentação neste período.
Então meus queridos amigos, próximo post, eu já estarei em São Paulo. Viajo hoje pela manhã. Agradeço a torcida de todos, e conto com vocês para me acudirem nos momentos de saudade, e compartilharem comigo minhas alegrias, conquistas, ou até mesmo as tristezas.
Forte abraço em cada um e em breve eu retorno com minhas impressões sobre a Selva de Pedras.

7 comentários:

  1. Ótima viagem qrdo. Sobre amor de pais, não deve ser fácil ver uma parte de si ir pra longe, depois de 9 meses dentro de si, e 20 anos criando e educando, só uma mãe deve conseguir explicar esse tipo de sentimento, deve doer ver a pessoa se afastar, cada um lida de uma forma..mas realmante o amor deve libertar..=D Bjao e boa sorte!

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  2. Amigo,

    1. É verdade, somos responsáveis uns pelos outros e principalmente a aprtir do momento que entramos mesmo que virtualmente, na vida uns dos outros.
    2. Estarei sempre em sintonia com vc na torcida pra que essa fase seja maravilhosa em todos os sentidos.
    Mantenha a fá e a esperança, acredite sempre.
    Bju e estamos aguardando suas noticias e novidades boas.

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  3. É cultursl do Brasil: na Europa e Estados Unidos, os pais põem os filhos pra correr. Há até um filme francês sobre um casal que não consegue se livrar do filho!

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  4. Sim, existem várias maneiras de se amar: possessiva, obsessivas intuitíva, conclusiva, criativa, sedutiva...rsrs e por aí vai..Acho q já experimentei todas. E confesso que sou possessivo. E confesso que tenho a sindrome da 'POSSE'. O que é meu é meu, sou ciumento sim, e ninguem tem nada com isso, só eu.
    Também sei que isso não é bom, sei bem dos meus defeitos. Mas eu melhoro a cada ano que passa. Acho que 2010 não serei tão ciumento quanto fui em 2009.

    Quanto a essa dificuldade que sua amiga tem de que a mãe aceite o fato dela ser homossexual, e a ida dela pra São Paulo, infelizmente é um fato muito dificil de se lidar, mas espero que ela conduza com sabedoria a situação.

    Bom, espero notícias de Sampa, fresquinhas okay/

    Saudades..

    Dand.^^.

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  5. bon voyage!

    q saudade daqui!
    :)

    estamos voltando tbem!

    bração!

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  6. legal entra no meu!!!

    bjao lulu!! :)

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