quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Recordar é viver.

Fazendo uma limpeza em meus livros, ouvindo Roberta Sá, encontrei algumas agendas velhas. Parei um instante, quase 1 da manhã, para um momento "recordar é viver".
As agendas seriam os equivalentes ao diário das meninas. Tudo bem que não escrevia todos os dias, sobre o meu dia. Tipo: "Acordei hoje, fui a escola e foi muito bom. Me diverti bastante, e blah, blah, blah. Usava minhas agendas para anotar frases interessantes, telefones, poemas que encontrava em livros que li, alguns escritos meus (quem nunca arriscou ser poeta um dia?).
Me surpreendi até com alguns desses poemas de tão profundos que eram. Cheguei a duvidar que fui eu mesmo que escrevi.
Mas foi interessnte voltar ao passado. A todas as minhas dúvidas sobre continuar na Igreja, sendo fiel a tudo o que aprendi lá ou viver minha homossexualidade e servir ao Deus que eu também conhecia muito bem. Encontrei vestígios de uma história mal resolvida entre eu e um carinha, em 2005. Nos conhecemos, e mantivemos contato durante um bom tempo. Sempre nos encontrávamos na praça da catedral aqui na cidade, geralmente a noite, e conversávamos por horas. Ambos gostávamos muito um do outro, mas devido a minha inexperiência, medo que os outros descobrissem, e o fato de não morar "só" ainda, influenciou para nunca passássemos do papo. O desejo entre nós era latente, e o sentimento verdadeiro. Foi bom enquanto durou.
Muitos torpedos, muita conversa por celular, altos papos naquela praça, até o dia em que ele disse estar indo morar com o pai na capital. Algumas lágrimas, ele me deu um cd de Celine Dion (Let's talk about love) e eu dei um livro a ele (Contos de aprendiz, de Drummond), nos encontramos algumas vezes ainda, até o fim do ano de 2005. Ainda ligou para saber como foi o Natal, o Ano Novo e a última vez que o vi foi no supermercado, no início de 2006, com a mãe.
Sinto saudades. Nunca mais o vi, perdi totalmente o contato.
Mas deixa as agendas guardadas, em sua velha caixa. Temos que olhar para frente.
Recordações sempre teremos, chances de voltar ao passado, não mais.

2 comentários:

  1. Ah, casualmente andei fazendo a mesma coisa com minhas agendas...me surpreendi com o pensamento de que gostaria de ter feito uma sérieeee de coisas diferentes.
    Ai ai ai.
    Abraço!

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