São Paulo! Dia desses um amigo pediu que eu desse minha opinião sobre o trecho de um livro de Caio Fernando Abreu, onde ele troca cartas com um amigo. Em uma dessas cartas, ele fala sobre seu retorno a SP com a seguinte alusão:
"Mas estou mais tranquilo. E percebendo coisas: voltei para Sampa muito alegrinho, muito na-boa, muito tudo-vai-rolar. A memória da gente é safada: elimina o amargo, a peneira só deixa passar o doce. Então eu tinha esquecido que esta cidade te cobra preços altos. Ela é uma mulher (ou um homem) belíssima(o) que se oferece, tentador(a), como se amasse, te envolve, te seduz — e na hora em que você não suporta mais de tesão e faria qualquer negócio, ela(e) te diz o preço. Que é muito alto."
Minha opinião? Hum...deixa eu pensar... Eu adoro São Paulo. Eu gosto de não ter que ver os mesmos rostos todos os dias nas indas e vindas para trabalhar ou caso eu saia para algum lugar. Eu gosto de saber que há inúmeras oportunidades de diversão, ainda que eu não aproveite nada dessas opções, ficando em casa nos fins de semana. Eu gosto das mudanças de tempo repentina, estamos com sol agora, menos de 1 hora depois chuva torrencial! Enfim, se for elucidar aqui todos os motivos que me fazem gostar de São Paulo o post será imenso.
Porém, em alguns momentos bate a tristeza, por N motivos. O último foi no sábado.
Fiz um novo amigo na academia. Muito lindinho, atencioso, sinto quando estou com ele que há uma energia boa entre nós. Porém, ele namora e eu respeito demais isso, assim como ele também. No sábado eu precisei ir até o trabalho e ele pediu pra esperar por ele que trabalha perto para voltarmos juntos. Já havia dito antes aqui a falta que tenho de novos amigos, de companhias para sair no fim de semana, ir no shopping, conversar, pegar um cinema, dar risada, etc. Enfim, ele me acompanhou até determinada estação de metrô, onde precisou descer para encontrar o namorado, pois iam sair. Ia chamar os dois pra gente jantar, comer algo, conversar mas ele disse que iriam ao aniversário da tia do namorado. Fui sozinho ao shopping, onde fui jantar sozinho e comecei a teclar com meu melhor amigo que mora na Bahia.
E como tenho espaço para conversar abertamente com ele, falei que estava jantando, sozinho. Ele disse que isso irá mudar, e ficamos falando amenidades até que ele se despediu pois havia marcado de sair para jantar com amigos, e encerramos o papo. E neste momento, shopping lotado, maior barulho, a minha situação veio com força total: SOZINHO. Jantando sozinho. Existe situação de maior solidão do que jantar sozinho num shopping lotado? E ali fiquei, com os olhos cheios de lágrimas, remoendo tudo isso. Tentei esquecer, comprei um milkshake, mas os olhos ali, transbordando. E pensei, pensei, pensei. Deixei a dor doer até chegar em casa...quando tentei me ocupar de outras coisas para não pensar mais nisso.
Eu espero que São Paulo cobre o preço por eu escolher morar aqui, daqui há muitos, muitos anos!
E o Fred ainda quer que eu escreva mais...pra contar o que, Fred?
Abraços, meus queridos!