sábado, 23 de julho de 2011

Do fundo do poço...


Esses dias, comentei com uma amiga que estou no fundo do poço. Finalmente, eu acho que cheguei. MAS, não ficarei.
O bom de se viver é ter esta capacidade de ir ao fundo, de sofrer, de penar, de acolher tudo o que estamos vivendo num momento difícil, mas não adicionarmos isso a nossas vidas. Saí do emprego, descobri que meu pai estava com câncer, não passei no processo seletivo que estava fazendo, o namorado terminou comigo, perdi meu pai, e agora estou reorganizando os pensamentos para retornar para São Paulo. Confesso que neste momento veio a dúvida entre permanecer onde estou ou voltar para onde estava. E cheguei a conclusão que não consigo mais ficar aqui.
Preciso da efervescência de São Paulo, dos carros, dos aviões, dos helicopteros, das nuvens negras de chuva, do caos. Me acostumei muito bem a isso e agora que estou sem, sinto falta. Ou seja, é meu coração dizendo para onde devo voltar.
Sinto este retorno como um renascimento, uma retomada da vida parada na qual estava vivendo. É hora de procurar trabalho novamente, de investir nos estudos, de sonhar de novo, de encontrar um novo amor ou simplesmente curtir com pessoas legais que acrescentem à minha vida. É momento de renovação.
Quero aqui enterrar tudo que deve ser deixado para trás, guardar os aprendizados desses momentos difíceis e encarar a vida de frente novamente!
Que venham os novos tempos!
Também deixo registrado aqui o meu pesar pela perda da grande artista que é Amy Winehouse! Voz inigualável, talento de sobra. Fará muita falta ao mundo da música.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Despedida.


Todos por aqui, que tiveram o trabalho (ou prazer) em ler minhas últimas postagens sabem que estou na Bahia, que tive de vir por que meu pai fez uma cirurgia e precisava da minha companhia.
Foram 30 dias de hospital, no meu caso, e pra ele 42 dias de internação. Tive momentos de irritação, de descontração, de medo, de amor pelo meu pai, compaixão pelo seu sofrimento, e vontade de dar uns tapas nele nos momentos de teimosia e chatice. Mas num resumo geral, os últimos 30 dias, eu estive do seu lado, acompanhando tudo o que ele estava vivendo.
Na madrugada da última sexta-feira, ele se foi. Pela manhã o hospital mandou me chamar e o médico me deu a notícia, ali sozinho. Afinal, nos seus últimos momentos de vida, no dia anterior, eu que o vi com vida, que conversei com ele, que dei água, que tentei ajeitar a posição na cama, que pedi que lutasse para que saísse logo daquela UTI, e ele disse que assim faria.
Meu pai se foi, de forma inesperada. Ele tinha tudo para sair dali e continuar vivendo. Mas não foi assim que aconteceu. Exatos 30 dias após a minha chegada, ele partiu.
E agora ainda estou perdido, sem acreditar que realmente aconteceu, que o enterrei, que o vi num caixão, que tudo isso de fato ocorreu.
A vida agora tenta seguir seu rumo normal. A saudade ainda vai ficar por muito, muito tempo. E agora vem as decisões que não sei se devo ou não tomar. Ficar em SP ou voltar para Bahia? Assumir a posição do meu pai na família ou deixar tudo como está?
Apesar de na Bahia ter meus amigos e família, não sei se conseguiria viver minha vida como vivo em SP. Enfim, são coisas que eu preciso pensar muito bem antes de decidir.
Por enquanto, ainda fico na Bahia alguns dias até resolver algumas coisas, mas até o final do mês eu volto pra SP.
Nos dias em que estive confinado em um hospital, aproveitei para refletir sobre minha vida, sobre o que tenho feito, o que quero fazer. Mas principalmente, pensei sobre a efemeridade da vida. Vivemos tão loucamente dia após dia, muita fritura, muita gordura, açúcar, correria, sem tempo para cuidar de si, alimentação fora de hora... A verdade é que um dia o corpo cobra tudo isso, e no fim podemos terminar como meu pai, preso a um hospital, tendo que levar várias agulhadas durante o dia, inúmeros exames, e perspectiva de ir para casa, nenhuma.
A verdade é que agora eu quero me cuidar mais, do meu bem estar, da minha qualidade de vida, para tentar evitar um futuro tão doloroso.
E no meu peito, permanece a saudade...
Abraço a todos.