E neste espaço, eu vivo nas idas e vindas. Escrevo, sumo por um tempo, reapareço.
Preciso escrever pra tentar me entender. Pra analisar minha vida, minhas escolhas e o rumo para o qual estou seguindo. Mas, será que estou mesmo seguindo para um rumo? Qual?
Hoje me questionava sobre isso. Saí de casa, jantei no shopping, comprei livros, consertei ó óculos, e caminhei no meio dos estranhos, incólume, invisível, sem despertar a atenção de ninguém em particular.
Caminhei, caminhei, caminhei e pensei sobre o que estou fazendo de minha vida. Lá no fundo, aquele desejo bobo, infantil de amar e ser amado, de ter a companhia e a atenção de alguém especial. Se a minha vida gira em torno disso? Não, acho que não. Tô me praparando para receber meu apartamento e partir para vida de solteiro propriamente dita. Trabalhando. E pensando em como arrumar a casa nova, e o que irei fazer no futuro quando esta meta estiver totalmente cumprida. Viajar? Estudar? Adotar um cachorro, um gato? Nisso tudo só não posso colocar como meta namorar, casar, viver com alguém.
Porque?
Porque não depende de mim, exclusivamente. E sinceramente, eu tenho medo de esperar por isso. Medo de esperar por alguém que pode não vir. Medo de esperar, idealizar uma relação que pode acontecer somente nas minhas mais vãs ideias. Eu tenho medo. De sonhar com um amor. Ou com o amor.
Porque parece que quanto mais se sonha, mas ele se distancia. E não acontece.
E aí vem um outro medo: saberei lidar com a solidão de um apartamento vazio? Eu e minhas paredes, minhas coisas, meus medos e anseios?
Não sei. Mas preciso resolver essas pendências internas, preencher esse espaço que não foi ocupado por ninguém, e que não tenho garantias de que será. Um trabalho nada fácil. Mas necessário.
Tô de volta... Abração, queridos.