Ontem no Fantástico, foi exibido um episódio da série "Vai fazer o quê?", onde expõem pessoas comuns a situações inusitadas, com o intuito de ver como elas irão reagir. No episódio deste domingo, uma criança de uns 8 anos, maltrapilho, na rua fazendo um pedido no mínimo estranho: ao invés de pedir para as pessoas na rua dinheiro, comida, como constantemente acontece nos grandes centros, em frente a uma livraria famosa aqui de São Paulo ele pedia: "Por favor, você pode comprar um livro pra mim? Pode ser do mais baratinho..."
Só em escrever isso, eu já fico emocionado. Os olhos, durante a reportagem, ficaram cheios de lágrimas em ver as pessoas surpresas com o pedido do garoto, emocionadas, e alguns até leram pra ele. E fiquei pensativo com aquilo que assistia. (
Filho de professora, graduado em Letras, ex-professor (visto que só exerci minha profissão por 1 ano letivo), eu acredito piamente que a vida de uma pessoa pode ser completamente modificada através da leitura. Algumas pessoas que aqui conheci costumam me chamar de culto, de não sei mais o que, somente pelo falo de que gosto de ler. Outros até vem até mim perguntar: Como faço pra aprender gramática? E se lamentam, que são ruins, que não entendem, etc, etc. Ao que eu respondo: você vai aprender muito de gramática, se ler muito. Acaba aprendendo por osmose a escrever bem, e se for crítico ainda poderá interpretar melhor o mundo ao redor.
Eu sou um adepto dos livros, sejam do que for. Já comprei livros pela capa e fui muito, muito Feliz na compra, assim como já comprei livros que não consegui terminar de ler (sem culpa alguma, não leio nada forçado). Não consigo ir a uma livraria somente para olhar lançamentos. Se estou lá, saio com 2, três livros pelo menos. AMO o ambiente das bibliotecas, quando estava na graduação sabia onde estavam os livros que eu gostava sem precisar consultar o sistema (muitos de meus colegas se aproveitaram disso). Meu sonho de infância era ter uma assinatura das Revistas da Turma da Mônica. Como eu amava (ou amo ainda) aqueles gibis. Li revistas tipicamente femininas, como Carícia, Capricho, Atrevida. Fui assinante da Super Interessante, da Mundo Estranho e hoje sou assinante (e apaixonado) pela Vida Simples, da Editora Abril. E tenho meus livros, de crônicas, romances, poemas. Adoro um bom romance policial. Sou viciado em Martha Medeiros, Rubem Alves, Mário Quintana, ou qualquer outro livro que esteja na moda. Sim, livros ou autores da moda, como John Green, James Patterson, etc. E procuro incentivar as pessoas com quem convivo a lerem mais.
Bom exemplo disso é uma colega de trabalho que tem sindrome do pânico (ou tinha). Quando nos conhecemos, ela me disse que não conseguia pegar o metrô, fazia o trajeto pra casa de ônibus e raramente de metrô, porque ficava sufocada quando começava a encher, os túnel, e o calor, etc, etc e ela acabava descendo no início do trajeto e optando pelo ônibus. Perguntei porque ela não fazia o trajeto lendo, e quem sabe assim se desligasse do problema e fizesse sua viagem em paz. E ela começou a levar um livro meu pra ler... Hoje ela só faz o trajeto de casa para o trabalho com um livro, e lê super rápido! Diz que sou seu biblioterapeuta! No trabalho tem uma caixa cheia de livros meus, onde algumas pessoas pegam emprestado, outro colega lê minhas revistas Vida Simples, e assim vou fazendo minha parte.
Meu afilhado de 8 anos (filho adotivo de uma tia minha, que é professora também) está crescendo sendo constantemente incentivado a ler. Hoje, ele antes de dormir vai para o quarto dele, veste seu pijama, deita na cama e abre um livro. E fica ali lendo, lendo...às vezes levanta, apaga as luzes e dorme. Outras vezes, dorme com o livro aberto sobre o peito. Uma coisa LINDA de ver! Faço questão de, nas duas vezes por ano que vou a Bahia, levar livros pra ele, que devora rapidinho! Agora está metido até a querer fazer palavras cruzadas, que minha tia gosta. Mas como não sabe ainda, temos que ir ajudando e ele fica super animado.
Eu faço minha parte e fico feliz de ver que influenciei a vida de algumas pessoas através da leitura. Confesso que com a reportagem do Fantástico, senti como se não estivesse fazendo nada, que poderia fazer mais pelas crianças, sei lá, apoiando uma ONG, doando livros para instituições de caridade, lendo para uma ou várias crianças. Preciso amadurecer estas ideias, sinto que é algo que quero fazer, que preciso fazer. Inclusive, se alguém souber de algum projeto social que tenha voluntariado, me indica!
E é isso! Grande abraço, meus queridos!